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Ensinando Temperança

Quando pequena eu era vegetariana, mas confesso que não entendia muito bem o porquê, e como algumas pessoas próximas à nossa família achavam um absurdo, cresci comendo carne escondido da minha mãe, o que me levou a adquirir gosto por ela e abandonar o vegetarianismo na adolescência.

Mas Deus usou minha própria mãe para me levar de volta aos princípios saudáveis de saúde que tinha.  Certo dia ao conversarmos sobre a minha primeira gravidez, ela me perguntou se eu queria que minha filha aprendesse a comer carne. Respondi que não, com certeza! Então com muito jeito, ela me ajudou a enxergar que se continuasse comendo carne seria impossível não influenciá-la, tanto durante a gestação como depois enquanto amamentasse. Nunca tinha pensado sobre aquilo e daquele dia em diante tomei a decisão e abandonei o consumo de carne definitivamente e alguns anos depois os demais alimentos de origem animal.

Quando tive minhas filhas percebi que elas precisavam entender o porquê dos nossos princípios, caso contrário, seriam como eu. Como diz Oséias 4:6 “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”. Isto se aplica às crianças também.

Então, desde que eram pequenas conversamos sobre os efeitos negativos de certos alimentos no corpo e sobre a vontade de Deus para nós, numa linguagem que elas entendem. Essa conversa é contínua, conforme vão amadurecendo incluo novas informações de acordo com a compreensão delas. E isto vale para todos os outros princípios também.

Aos 6 e 9 anos de idade elas são totalmente seguras de que não desejam comer carne, mas outras coisas não tão saudáveis como doces ainda são uma tentação para elas. E é incrível como quando se tem criança pequena todo mundo quer dar algum alimento, bala ou doce, em qualquer lugar que estamos, até na rua!

Então algumas coisas práticas que já fiz e ainda faço para evitar problemas:

  1. Não nos sentimos pressionados a ir a todas as festinhas para as quais somos convidados, principalmente quando sabemos que o ambiente não será favorável quanto à alimentação. Damos um presentinho com antecedência e agradecemos o convite. Mas é lógico que alguns convites são irrecusáveis, então, às vezes, alimento as meninas antes de sair, para que não sintam tanta necessidade de comer. Também não fico oferecendo comida no local e normalmente elas brincam e nem se lembram de comer. Quando vejo que tem algo que quero que elas evitem, chamo-as num cantinho e combinamos que não vamos comer aquilo, e assim elas tomam uma decisão com antecedência e normalmente ficam firmes.

  2. Adotamos também o “princípio da substituição”. Se alguém oferece bala, por exemplo, e se elas me trouxerem, troco por algo saudável, como um suco ou fruta. (Essa ideia veio da Sally Hohnberger) e funciona muito bem. Quando posso, compro aquelas balas sem açúcar (de algas ou banana) em lojas de produtos naturais e elas ficam torcendo para alguém oferecer bala, só para trocar pela saudável.

  3. Já aconteceu algumas vezes de pessoas insistirem demais, pois sentiram que as meninas estavam olhando e como “não podem passar vontade”… (você já deve ter ouvido essa conversa). Quando vejo que não adianta explicar muito aceito o que deram e guardo. Na maioria das vezes, elas esquecem, e quando não esquecem conversamos em casa e trocamos por outra coisa.

  4. Uma regra importante que procuramos seguir é não comer entre as refeições e isso acaba com uma grande parte do problema. Temos um “trato” que elas devem me contar quando alguém lhes oferece alimento. Isso ajuda muito, pois normalmente tenho tempo de explicar e orar com elas e ajudá-las a tomar a decisão certa. Por outro lado, se ganham algo saudável, procuramos combinar de guardar até a hora da refeição.

  5. Mas às vezes é lógico, nada disso funciona. No passado ficava extremamente frustrada, e tentava forçá-las a obedecer, o que pode funcionar por um tempo, mas sei que provavelmente mais tarde vão desistir como eu fiz. O que mais desejo é que as minhas filhas aprendam a escolher obedecer a Deus por amor. Então quando elas fazem uma escolha errada, procuro não comentar no momento, e depois conversamos em casa, normalmente elas mesmas se sentem mal e vêm me contar arrependidas.

Gosto muito da seguinte citação: “Todo o ser humano dotado de razão tem o poder de escolher o que é reto. Em cada incidente da vida, a Palavra de Deus para nós é: “Escolhei hoje a quem sirvais.” Jos. 24:15. Cada qual pode pôr a sua vontade ao lado da vontade de Deus, pode optar pela obediência a Ele e, ligando-se assim com as forças divinas, colocar-se onde nada o poderá forçar a praticar o mal. Em cada jovem e criança há o poder de, mediante o auxílio de Deus, formar um caráter íntegro e viver uma vida de utilidade. O pai ou professor que com tais instruções ensine à criança o governo de si mesma, será da maior utilidade e terá um êxito permanente. Para o observador superficial, o seu trabalho pode não mostrar o verdadeiro valor; poderá deixar de ser estimado em tão grande conta como o daquele que retém o espírito e a vontade da criança sob uma autoridade absoluta; entretanto, os anos vindouros demonstrarão o resultado do melhor método de ensino”. Orientação da Criança, p. 209.

Para que as minhas filhas escolham obedecer por livre e espontânea vontade elas precisam amar a Deus. Elas precisam buscar força em Deus para escolher fazer o que é certo. Por isso, Deus precisa ser real para elas é nisto que procuro concentrar meus esforços. O capítulo “A vontade como fator de êxito” do livro Orientação da Criança ajuda bastante nessa questão da escolha.

Nós pais também estamos aprendendo, e percebemos que estamos errando em alguma coisa e decidimos mudar algum hábito, explicamos para elas o que Deus nos mostrou e elas até nos ajudam quando falhamos, nos relembrando do que combinamos. Que Deus nos ajude a ser sábios para fazermos as mudanças necessárias em nossa vida e a ensinarmos nossos filhos a buscar forças nEle para vencer suas pequenas tentações.

Abraço, Rute Bazan

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