Porque Falhamos
- Dawerne Bazan
- 7 de abr. de 2011
- 10 min de leitura
“Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis.” Marcos 10:2
Eu estava completamente irritada comigo mesma. Tinha falhado novamente! Dessa vez foi comer demais entre as refeições quando nem mesmo estava com fome! Minha falha veio no auge de muitas vitórias significativas na área do apetite.
Com a ajuda pessoal de Deus confrontara meu vício do chocolate, colocara meu gosto por doce em seu devido lugar, corrigira meus gostos pervertidos e lidara com vários outros desequilíbrios relativos ao regime alimentar. Estava desfrutando a liberdade resultante do autocontrole em Deus e da melhora na saúde que acompanha essa liberdade. E agora isso! “Por que, mas por que, falhei nesse ponto novamente?” Clamei a Deus.
Amorosamente, Ele dirigiu meu raciocínio da seguinte maneira: “Analise porque você teve sucesso nessas outras áreas e procure o denominador comum. Compare isso com sua falha atual. Não tenha medo, pois Eu estou com você.”
Logo encontrei um momento tranqüilo para refletir com Deus ininterruptamente e descobri algo. Cada uma das minhas vitórias foi precedida por uma escolha decisiva de fazer a vontade de Deus em vez da minha.
Essa escolha era mais do que desejar o benefício que Deus oferecia. Ia além de concordar que o Seu caminho é o melhor. Levou-me a ponto de cooperar em minhas ações para fazer Sua vontade, confiando em Seu poder capacitador para mudar meus desejos pervertidos, conceitos habituais, emoções e inclinações que clamavam dentro de mim.
Era uma batalha lutar contra a natureza carnal? Oh, sim, como era! Acredito que é a maior batalha já travada. Mas em cada uma daquelas situações de vitória escolhi deixar Deus ser o Senhor da minha mesa, dos meus gostos e da minha boca. Nada passaria por meus lábios sem a aprovação de Deus!
Cada momento de tentação durante o dia era uma oportunidade para reafirmar meu compromisso matinal com Deus de ser Sua filha. Eu filtrava através de Deus cada desejo, tanto durante como entre as refeições.
Ele me ajudou a compreender exatamente o que, quanto e quando eu precisava comer. Coloquei minha decisão e ação do lado de Deus nessa questão e resisti à inclinação da natureza carnal em sua curta duração, enquanto Deus limpou os maus pensamentos, desejos, gostos e tudo mais. Pela graça de Deus atuando eficazmente em minha mente e coração eu faria a Sua vontade, não a minha.
A vitória foi constante quando eu estava determinada, decidida e cooperava externamente com Deus, confiando em Seu poder para trabalhar no íntimo com meus pensamentos errados, sentimentos, etc., levando-os a obediência com meu consentimento.
A batalha era real no intervalo entre minha escolha de seguir a Deus e a vitória. Mas enquanto minhas ações cooperassem com minha escolha, em seu devido tempo – geralmente quinze minutos ou um pouco mais – a vitória vinha.
O domínio próprio e a paz reinavam. Meus desejos, meus pensamentos, minhas emoções estavam todos subjugados por Cristo que em mim habitava. (Leia Hebreus 2:8.) A tentação tinha ido embora! Não havia mais uma tendência opressiva, constrangedora, para agir de modo contrário à vontade de Deus, nem para seguir os hábitos antigos.
Eu estava livre para seguir a Cristo – o poder estava comigo! A vitória era agradável, gostosa. Superabundava a alegria de ter conseguido autocontrole em Jesus. Estar satisfeita com uma salada, dizer “não” à sobremesa nessa refeição, estar satisfeita com refeição menor do que queria, ou estar disposta a simplesmente ter uma refeição com frutas pela manhã, era uma satisfação que produziu alegria e gratidão a Deus. Como resultado, me aproximei de Deus, confiando mais nEle.
Em contraste, minhas falhas aconteciam da seguinte maneira. Tínhamos desfrutado um delicioso desjejum, que era atrativo e o suficiente. Eu ia para minha escrivaninha trabalhar. Cerca de trinta minutos depois Satanás colocou uma tentadora sugestão em minha mente. “Você se esqueceu de comer os biscoitos caseiros como sobremesa. Eles devem estar deliciosos!”
Sem consultar a Deus, pensei: “Bem, realmente me esqueci. Mas comi pão doce com morangos frescos e creme caseiro – isso é como uma sobremesa. Não preciso de biscoitos. Além disso, agora estamos entre as refeições e tenho me esforçado para não comer entre as refeições.” E voltei a me envolver em meu trabalho para desviar minha mente da comida. “Sim, mas um só não lhe atrapalharia. Deve estar tão delicioso!” Ele falou à minha fraqueza, ao meu hábito pervertido que ainda reagia a esse tipo de estímulo!
“Bem, realmente deve estar delicioso.” Comecei a cooperar em meus pensamentos com essa sugestão. “Mas prometi a Deus esta manhã que lutaria contra esse mau hábito. Não estou nem com fome. Tive um desjejum satisfatório.” Mas ainda estava propensa. Meu passado, meus velhos hábitos ainda estavam me levando a isso!
“Jim esta lá fora e não verá você pegando biscoitos. Está tudo bem. Está tão delicioso. Agora é sua chance, mais tarde não vai dar, então é melhor você agir rápido e fazer isso agora”, ele me pressionou.
“Sally, não vá lá. Este é o terreno encantado de Satanás. Estenda sua mão e segure a Minha mão, Meu poder é suficiente para você.” Deus estava me oferecendo um meio de escape do pecado e de suas tentações.
Lutei, ponderei, e considerei se comeria aquele biscoito ou não. Em minha mente havia conflito e confusão com a indecisão. Compreendi claramente a vontade de Deus para mim. Mas meu passado, meus hábitos e meus gostos naturais estavam clamando por aquele biscoito! Deus me deu um tempo para fazer uma decisão com “livre arbítrio” para seguir a Ele ou não. Mas meus pensamentos, minha natureza carnal, e Satanás me forçaram a fazer o que tinha feito antes e eu cooperei com o inimigo.
Estranha, impulsiva, e constrangedoramente me levantei e fui para a dispensa buscar apenas um biscoito. Afinal, pensei: “É um biscoito saudável. Só passou 30 minutos desde o desjejum. Eu só vou pegar um.” Prometi.
Não decidi confiar em Deus nem segui-Lo, não é mesmo? Ao contrário, obedeci à voz da minha natureza carnal, meu mau hábito, meu antigo modo de amar a mim mesma dessa maneira. E não comi apenas um! Comi três biscoitos até que Satanás começou a esmagar com o sentimento de culpa.
“Lá vai você novamente.” Ele me insultou. “Você não tem autocontrole. Deus não está aqui para lhe ajudar como prometeu!” Satanás insinuou à minha mente dúvidas quanto a Deus. “Deus pode ser capaz de mudar aos outros, mas não você. Você é um caso perdido! Ninguém pode amá-la dessa maneira. Agora você pode até comer mais para aliviar sua tristeza. Suas promessas são cordas de areia. Deus não pode amar você – você não consegue cumprir promessa alguma!”
Culpa, remorso, angústia se apoderaram de mim e consumiram meu ser – minha mente e meu coração. Meu trabalho na escrivaninha fora manchado e subitamente não senti que Deus poderia me usar para aconselhar outros!
Estava inclinada a aceitar todos esses pensamentos, raciocínios, e conceitos como verdade e me distanciar ainda mais de Deus. Esse era um caminho antigo – fácil de se seguir.
Então o que fez a diferença entre o sucesso e o fracasso?
Eu não colocara decididamente minha vontade ao lado de Deus e me determinara a seguí-Lo sem me importar com o preço. Não decidir é decidir. Eu não escolhi o correto, nem dependi do poder de Cristo para operar em mim tanto o querer como o efetuar segundo a Sua boa vontade.
Nossa humanidade longe de Deus é inclinada a servir o pecado e o “eu”. Quando não me alio com Deu para lutar contra o erro – o pecado – não tenho poder suficiente para combater ou reprimir o “eu”. Assim o “eu” me domina e continuo sendo uma súdita de Satanás!
Minha natureza carnal, meus velhos hábitos, meu passado me obrigam a obedecê-los mesmo quando estão errados. Primeiro cooperei com esses pensamentos, depois com as ações correspondentes. Quando sigo meu próprio “eu”, cedendo minha vontade para fazê-lo, não estou livre, mas em escravidão, uma escravidão forçada. Em contraste, quando estou em Cristo, estou livre para servi-Lo de maneira correta e ao mesmo tempo não me falta poder.
Por que sigo minha natureza carnal quando já experimentei os dois lados? Não é loucura deixar a natureza carnal me dominar dessa maneira? É tortura, remorso, e culpa – por que reajo dessa maneira?
Simplesmente por que estou familiarizada com isso – isso é estranhamente convidativo. O consolo de um velho amigo acompanha nossa inclinação aos caminhos pervertidos. Embora não desejemos a escravidão de velhos hábitos, somos estranhamente atraídos a eles e nos sentimos confortáveis neles. Esses velhos gigantes em nosso caráter ali habitam até que nos alistemos sob Cristo como nosso General para nos guiar na batalha, e nos mostrar como empunhar a espada do Espírito para exterminá-los. Então, e somente então Cristo pode reinar e nos saciar com toda a Sua bondade.
Talvez o apetite não seja o seu pecadinho acariciado. Seja qual for sua fraqueza, para vencê-la enfrentará a mesma situação. Devemos seguir o exemplo de Cristo e aprender que o extermínio de nossos gigantes começa ao dizermos: “Não se faça a minha vontade, e, sim, a Tua.” Lucas 22:42.
Identifique o gigante em sua experiência. É o desespero, a insegurança, indignidade, ou culpa? É o orgulho, a inveja, os ciúmes, ou a cobiça? É o mau humor, a crítica, ou uma conduta dominadora? É a imoralidade, ou simplesmente perversão? É o medo da rejeição? É o medo de algo mais? É controlar aos outros para se sentir no controle?
Nós falhamos, amigo, sempre e a toda vez que não deixamos Jesus nos dominar! Quando tememos enfrentar nosso gigante, quando hesitamos em decidir – então estamos decidindo contra Cristo. Se não decidimos segui-Lo – podemos identificar nossa “decisão verdadeira” através de nossas ações. A Bíblia diz: “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta.” Provérbios 20:11.
Estamos seguindo a Cristo ou a outros deuses, como o “eu”, Satanás, ou hábitos pervertidos? São nossos atos que mostram que deus nos governa. Não há meio termo. É por isso que Satanás nos leva à indecisão, indiferença, confusão, medo, porque hesitamos decidir – e não decidir é decidir. Se não escolhemos Deus com convicção, Satanás retém aquela posição de domínio sobre nós – somos implicitamente seus súditos.
Falhamos quando Deus não é Aquele que está no comando do que pensamos, sentimos, dizemos ou fazemos. Somos os pilotos e esperamos que Ele seja nosso co-piloto – mas isso não funciona! Não estamos dando tudo a Deus, estamos? Nós estamos no comando! A Bíblia inteira trata de quem está no comando de nossa vida. Se nós estivermos no comando, os problemas estão à nossa espreita. Se Deus está no controle, o sucesso, autocontrole por meio dEle e alegria estão à nossa espreita. Qual é a sua escolha?
Vi um querido amigo lutando em seu casamento para simplesmente amar sua esposa como Deus deseja. Deus estava claramente lhe pedido que amasse sua esposa sem nenhum interesse próprio.
Era doloroso e lamentável observar Satanás insultar esse homem com falsos pensamentos, conceitos, emoções e maus hábitos. Satanás argumentava com ele, confundindo a verdadeira questão, perturbando seus sentimentos em relação às “necessidades” que “não estavam sendo supridas” e cultivando pensamentos sobre quão desafetuosa a esposa era – mesmo que não fosse verdade. “Se ao menos ela fizesse isso…” ele lamentava.
Suas necessidades estavam enraizadas no egoísmo – o que por vezes admitia, mas se esquecia da necessidade de tratá-la amavelmente naquele momento – seu velho modo lhe era confortável. Temia, hesitava e falhava em decidir permitir que Deus lhe dominasse, deixava de filtrar através de Deus cada pensamento, palavra, e ação. Sem Deus no leme, podia apenas tratar sua esposa como antes – freqüentemente com frieza, indiferença, e um espírito degradante.
A reação da esposa era o retraimento – timidez nos momentos de intimidade – o que apenas agravava o estado mental dele. Sentindo-se manipulado por ela, reagia censurando-a, falando lhe sobre a necessidade de mudar, mantendo silêncio, deixando-a de lado, negligenciando sua parte a todo tempo. A verdade é que ele estava tentando manipulá-la com suas respostas frias – sendo guiado por Satanás, por seu passado e por velhos modos de agir – querendo fazê-la voltar ao seu velho estilo problemático.
Sua necessidade de mudança parecia ser desconfortável e hesitava em confiar em Deus. Ele se apegava ao conforto de seu pecadinho acariciado. Sua falta de decisão de seguir a Jesus completamente, e sua falha em olhar para o poder de Cristo capaz de tornar-lhe semelhante a Ele e amar sua esposa, estavam fazendo com que perdesse miseravelmente o que ele mais desejava.
Satanás quer manter muitos maridos ou esposas nessa posição de indecisão e hesitação de seguir a Deus de todo o coração. Concentrar-se em permitir que Deus transforme o “eu” é a verdadeira solução. Mas Satanás gosta de manter essa verdade escondida. Ele gosta de empurrar o botão emocional chamado “culpe o cônjuge”, pois isso mantém “me” impede de ver o que precisa ser mudado em mim. Isso é tão natural para nossa natureza carnal, como foi para Adão e Eva.
Satanás insinua em nossos pensamentos que não gostaremos desse novo caminho. É desconfortável! É tão difícil! E ao concordarmos com ele, ele nos mantêm sob seu controle – obedecendo aos ditames de seu caráter, obedecendo a seus sentimentos negativos – e assim falhamos.
Satanás é mentiroso e pai de todas as mentiras. Não podemos acreditar nele, nem nos pensamentos que ele traz à nossa mente, os quais são contra a Palavra, o caráter, a vida e o Espírito de Deus. Que tolice, segui-lo tão facilmente; mas quantas vezes fazemos exatamente isso! Não deixamos Jesus nos governar. Ao contrário, deixamos Satanás governar! Dizemos a Jesus que temos medo dEle! Imagine uma criança que não confia em sua mãe! Foi isso que fiz quando escolhi comer demais. Obedeci a Satanás, ao meu passado, e aos meus velhos hábitos que inevitavelmente me levaram à miséria, ao fracasso e não à alegria como Satanás sugere que a desobediência oferece.
Meu amigo fez o mesmo no casamento dele. Não é mais difícil permanecer em nossos velhos caminhos do que é enfrentar os “novos caminhos” sob a liderança de Cristo? Eu acho que sim. Seu casamento pode ser um relacionamento amoroso, seguro, afetivo e satisfatório se você deixar Jesus guiar cada um de seus pensamentos, sentimentos, emoções, conceitos, e reações. Deixe Deus definir para você o que é o amor verdadeiro. Agarre-se aos pensamentos de Deus e os envolva em suas reações. Jesus é um Deus suficientemente grande para implantar a retidão em você. Ele espera sua cooperação! Ele é o Criador.
Ele é capaz e está disposto a expulsar de você o egoísmo e os conceitos errados, aos quais você se apega, bem como todos os velhos hábitos que lhe dominam, desde que você permita que Ele possua seu coração por completo. Ele deseja limpar seu coração, sua mente, sua alma, seu casamento, e a unidade de sua família para que todos sejam semelhantes a Cristo em pensamento, palavra e ação. Não deseja você audaciosamente mudar de mestre, duvidando de Satanás e confiando em Deus?
O reino do Céu é nosso quando amplamente abrimos a porta do nosso coração, e seguimos a Cristo como nosso Senhor e Salvador. Então Ele transforma as nossas falhas em vitórias.
Vida plena de poder.
Sally Hohnberger, traduzido por Vera Michel de Matos. Usado com permissão do projeto Empowered Living Ministries (www.empoweredlivingministries.org)