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Quando foi que elas cresceram?


Quando foi que elas cresceram?

Talvez aconteceu enquanto dormíamos, ou enquanto não estávamos olhando, mas aconteceu muito rápido, muito mais rápido do que a gente esperava. Parece que foi ontem que elas nasceram, parece que foi ontem que eram duas menininhas totalmente dependentes do papai e da mamãe. Não sei bem como foi, mas cresceram rápido demais, rápido demais para a gente lembrar de cada detalhe que aconteceu, mas devagar o suficiente para encher nosso coração de momentos especiais e lembranças que nos dizem que valeu à pena. Valeu a pena ficar em casa, desligar o celular, rejeitar compromissos, viver longe de distrações, e educar 24 horas por dia.


Valeu a pena estar por perto, para conhecer suas qualidades e os defeitos, que espelham as nossas qualidades e defeitos. Valeu a pena ter tempo para mostrar o amor de Deus nos pequenos detalhes da natureza, ensinar que a Bíblia não é um livro velho na prateleira, mas a Palavra viva de Deus relevante para a vida de duas adolescentes no século 21. Valeu a pena ensinar que Ele é o melhor amigo, o único que as ama incondicionalmente e estará sempre ao lado delas.


Esses dias, a maior foi para sua primeira escola missionária por um mês e a menor se tornou adolescente. A ideia de não termos mais “criança” em casa nos assusta um pouquinho, apesar de que ser criança não depende da carteira de identidade, mas do coração, e sendo assim todos podemos escolher continuar na infância de escolher ser feliz todo dia, de valorizar pequenas coisas e de aprender com tudo e todos.


E a adolescência, ao contrário do que muitos dizem, também é uma delícia! É uma delícia quando sabemos que ainda somos seus melhores amigos, quando sabemos que é para nós que elas correm para pedir conselhos, que é conosco que elas compartilham medos e sonhos, e é em nosso ombro que elas choram quando nada parece fazer sentido. É uma delícia, as vezes, conversar até tarde da noite e acordar mais cansados pela manhã, mas com o coração cheio de alegria, porque ainda somos seus confidentes.


A adolescência é quando tudo aquilo que ensinamos até aqui vêm à tona, tanto os acertos como os desacertos. E o que fazemos com eles? Celebramos os acertos, reconhecendo que acima de nós Deus estava ali ensinando e guiando. E quando aos desacertos? Continuamos lutando, confiando e suplicando sabedoria sabendo que o mesmo Deus guio os acertos pode corrigir os desacertos.


Nosso coração dói de saudade, dos tempos que jamais voltarão, mas exulta de alegria de ver que vale a pena ser pais, fracos e falhos, mas realizados sob a direção do Pai do céu.


Rute Bazan

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