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Educando com a Bíblia

Atualizado: 7 de nov. de 2023



Certo dia, ao ler a história do nascimento de Jesus, refleti sobre a educação que Maria deve ter proporcionada a Ele quando criança. Maria era simples, naquela época as mulheres tinham pouca oportunidade de estudo, mas com certeza ela dependia de Deus a cada dia, pois educou Jesus tão bem através das Escrituras, que aos doze anos sem nunca ter frequentado uma escola formal, apenas a do lar, sabia mais que os próprios escribas e fariseus. Como ela conseguiu isto? Muito simples, ensinou Jesus através de lições tiradas da vida dos heróis do Antigo Testamento, lições tiradas da natureza e das atividades comuns do dia a dia.

A educação de Jesus era baseada na Palavra de Deus. Maria com certeza lera e entendera as palavras de Moisés em Deuteronômio 6:5-9: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”.

Comecei a pensar então: Porque a educação que normalmente é oferecida aos nossos filhos hoje em dia, mesmo em lares cristãos não focaliza tanto a Palavra de Deus? Porque sempre tem que existir uma porcentagem do que o mundo oferece? Porque achamos que as crianças precisam estar expostas tanto ao bem como ao mal para viverem melhor na sociedade? Será que necessariamente precisamos colocar a mão no fogo para saber que queima ou podemos aprender vendo a dor expressa no rosto de alguém que se queimou? Lembrei-me então de Adão e Eva. Que mentira a de Satanás aos lhes dizer que ao experimentar o mal se tornariam mais sábios! Deus é que foi amoroso em lhes avisar para ficar longe da árvore, o acesso ao mal.

Cheguei então, à seguinte conclusão: Se quero educar minhas filhas para serem princesas no reino de Deus, preciso educá-las com as coisas de Deus. Preciso encher o dia a dia delas com histórias, músicas, brincadeiras e atividades que falem do amor de Deus. Por vezes achamos que falar demais em Deus vai limitar a capacidade ou intelecto da criança. Mas será que com a educação baseada na Bíblia recebida na infância Jesus teve alguma dificuldade para se adaptar à sociedade quando adulto? Nem um pouco! Ele fazia parte dos maiores círculos sociais de sua época, tanto de ricos como de pobres, atraía todos a Si, com Suas palavras, Seu carisma e Sua diplomacia.

Ao estudar melhor este conceito comecei buscar maneiras de inculcar a Palavra de Deus na vida da minha filha cada vez que tinha oportunidade. Meu esposo e eu decidimos ser fiéis no culto em família de manhã e de noite, quando nossa primeira filha ainda era bebê. Muitas vezes ela nem ficava quieta e nosso esforço parecia ser em vão, mas aos poucos começamos a perceber sinais de que estava valendo à pena. Quando por alguma razão não fazíamos o culto ela reclamava e chorava e sentia falta daquele momento. Nossos cultos são curtos e objetivos, oramos, cantamos músicas que elas escolhem, contamos pequenas histórias com aplicação prática, e terminamos com outra oração.

Começamos também a tradição de contar uma história bíblica na hora de dormir. Ao fazer isso percebi que precisaria ter muitas histórias em mente e usei algumas estratégias: Às vezes contava a história que tinha estudado em minha devoção pela manhã, só que numa linguagem infantil, deixando de fora, algum detalhe que em sua idade não compreenderiam. Às vezes fazia séries como, por exemplo: uma semana inteira sobre a vida de um personagem específico. Histórias sobre crianças ou animais da Bíblia. Quando a mais velha tinha 4 anos me aventurei a contar a história do plano da redenção em linguagem simplificada. É incrível como depois de muito tempo ela fazia comentários e explicava detalhes.

Nas brincadeiras do dia a dia comecei incentivá-las a reviver histórias bíblicas com as bonecas e os brinquedos. Para isso, fiz para elas roupas bíblicas e arrumei como cestinho, coroa, e outros que fazem parte de histórias bíblicas. Lembro-me como a mais velha se divertiu quando a irmãzinha chegou e começamos brincar de bebê Moisés. A menor era o bebê Moisés no rio Nilo do tapete da sala enquanto a maior “Miriam” se escondia atrás da planta para cuidar dele.

O uso de histórias bíblicas nas brincadeiras proveu a elas também as primeiras provas de fé quando chegaram a ser ignoradas por amiguinhos por estarem brincando de “Bíblia”. Mas por vezes serviram e ainda servem como uma maneira de testemunhar. Certa vez uma amiguinha veio passar o dia em casa, e quando sugeriu que brincassem de princesa minha filha foi logo dizendo que brincariam de rainha Ester, a menina estranhou um pouco no início, mas concordou e em pouco tempo as duas estavam revivendo os incríveis momentos desta heroína da fé e se divertindo muito. Por outro lado, que alegria certa vez quando conheceu a filhinha de um pastor amigo nosso que tinham princípios semelhantes e passaram a tarde se divertindo brincando de Maria e Izabel, as duas fazendo de conta que estavam grávidas visitando uma à outra, e nós os pais emocionados de ver que as crianças realmente podem ficar conectadas com Deus durante o dia a dia.

Outra atividade que me senti impressionada a iniciar desde cedo com minhas filhas é o momento de devoção pessoal todas as manhãs. Às vezes pode parecer difícil, pois depende de termos um horário bem planejado considerando as primeiras atividades diárias de todos na família. Mas após nos conscientizarmos de sua importância, resolvemos experimentar. Em nossa família o momento de devoção pessoal é a primeira coisa do dia. Nós, os pais, levantamos mais cedo que elas e fazemos a nossa devoção pessoal. Quando elas se levantam, um de nós normalmente prepara o desjejum enquanto o outro lhes ajuda com a devoção pessoal. Os resultados são maravilhosos! Podemos notar claramente uma diferença na atitude e no comportamento delas durante o dia quando iniciam com a devoção pessoal.

Confesso que algumas vezes fui tentada a pensar que era demais buscar a Deus constantemente. Parecia fanatismo, mas a Bíblia é clara em dizer que devemos “orar sem cessar” e que o inimigo anda ao redor, como um leão, querendo nos devorar. Então será que realmente é fanatismo? Tenho a certeza que você vai concordar comigo que NÃO.

Implantar essas atividades é um processo contínuo para nós, pois as provações são muitas. Mas aqui estão alguns passos que nos ajudaram: Em primeiro lugar, procuramos eliminar do nosso lar coisas que permitem que o inimigo tenha acesso à nossa família: livros, revistas, filmes e outras coisas que não pertencem a Deus. As crianças se interessam pelas coisas de Deus, mas se estiverem constantemente sendo atraídas e distraídas por outras coisas será muito difícil desenvolver o gosto pelo que é de Deus.

Em segundo lugar, oramos a Deus e pedimos a Ele que nos mostrasse maneiras de inculcar Seu amor no coração de nossas filhas. Isto também precisa ser contínuo, pois suas atividades e interesses vão mudando conforme elas vão crescendo. Terceiro, pedimos a Ele força para mudar hábitos que estejam nos impedindo de fazer estas mudanças e para nos dedicarmos totalmente a isto.

Se ao ler este testemunho você se sentir tocado a fazer algumas mudanças no modo como educa seus filhos, lembre-se de uma coisa: Sua experiência com certeza será diferente da nossa, assim como a nossa foi diferente da experiência das pessoas que nos influenciaram. Deus sabe exatamente o que vai funcionar em seu lar, então busque sabedoria dEle e escolha obedecer as impressões que Ele colocará em sua mente, e seus esforços serão grandemente recompensados não apenas nesta vida, mas eternamente!

Rute Bazan


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